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AMB critica morosidade da Conitec para aprovação do relatório de manejo da Covid-19

A Associação Médica Brasileira, por meio de seu Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 (CEM_COVID AMB), promoveu uma entrevista coletiva à imprensa virtual, na manhã da última terça-feira (9), para expressar a preocupação quanto à não deliberação oficial do relatório técnico-científico de manejo ambulatorial da Covid-19 pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec).

A elaboração do documento contou, entre outros membros, com a participação de especialistas da AMB, sendo usados os mais refinados métodos baseados em evidências científicas. E já se passaram mais de 20 dias sem a Conitec deliberar oficialmente o relatório recomendado pelo Ministério da Saúde.

O presidente da AMB, César Eduardo Fernandes, iniciou a coletiva reforçando que graças à adesão à vacinação e às campanhas de isolamento, uso de máscara e medidas de higienização, São Paulo é um dos estados que conseguiu registrar nenhum óbito pela doença na última segunda (8).

Aproveitou para agradecer a imprensa que, em seu trabalho de difundir a informação sobre a crise sanitária, sempre reforçou a necessidade de manter cuidados básicos e incentivou a vacinação, corroborando com a Medicina. “Isso nos enche de esperança em relação ao curso da pandemia. Não a vencemos ainda, mas é um avanço importante em vista do período caótico que vivemos, isso se deve aos princípios éticos do nosso jornalismo brasileiro. E não fugiremos da nossa responsabilidade de interagir e dar eventuais explicações sobre a doença”, ressalta.

Assim, ele critica a morosidade da Conitec para deliberar o relatório técnico-científico, que nem mesmo iniciou a prometida consulta pública. “Criamos o Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 com a reunião das principais sociedades de especialidades médicas envolvidas diretamente no enfrentamento da doença. Ao longo deste ano, desenvolvemos um trabalho belíssimo de orientação à população brasileira. Ao Ministério da Saúde, redigimos um protocolo com o que há de melhor em qualidade sobre o manejo da Covid-19, com grande critério científico, sob orientação do professor Carlos Carvalho, pneumologista de alta notoriedade, e nos causa enorme preocupação o não andamento.”

Ineficácia do “kit covid”

O impasse se arrasta desde outubro, quando votação sobre o tema terminou em empate, por consequência de votos contrários de integrantes do Ministério da Saúde. Nesse sentido, reitera Fernandes, não houve aceitação do relatório encomendado pelo próprio MS para a AMB e as sociedades de especialidades. O parecer demonstra a ineficácia dos medicamentos do chamado “Kit Covid” contra o SARS-CoV-2.

Em seguida, o infectologista Clóvis Arns da Cunha Fez uma explanação sobre as duas fases da Covid-19: replicação viral ativa de 1 a 7 dias e hiperinflamação, desregulação imune e cascata de citocinas de 8 a mais dias. “Todas as sociedades médicas brasileiras de especialidades relacionadas à Covid-19 e o CEM_COVID AMB, sociedades internacionais e as agências internacionais de saúde pública recomendam não usar cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina nem azitromicina para Covid-19, pois há evidência científica de suas ineficácias e que podem causar efeitos colaterais, segundo estudos randomizados com grupo de controle”, destaca o pesquisador.

A AMB também divulgou nota pública sobre o tema. “Seguem sendo disseminadas falsas notícias, que desestimulam a vacinação e o uso responsável de máscaras, além de orientações persistentes e de risco a respeito do tratamento com medicações sem comprovação de eficácia na Covid ambulatorial”, resume o documento.

Por: http://associacaopaulistamedicina.org.br/