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“Telemedicina na área de exames” – entrevista Dr. Adriano Valente

A edição 151 (setembro/outubro) da revista digital Notícias Médicas iniciou um debate sobre o importante e amplo ecossistema de saúde digital, desde o veloz crescimento da telemedicina até a sua normatização, prática médica responsável e humanizada e depoimentos de médicos que usam e não usam essa ferramenta. Nesta edição, o foco é a utilização da plataforma na área de exames. Para falar sobre isso, a Notícias Médicasouviu o Diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Dr. Adriano Valente.

A Telemedicina oferece um conjunto de ferramentas e serviços capazes de sustentar o atendimento de forma integrada através da Web. Como funciona na área de exames?

A área de exames médicos provavelmente inaugurou o modelo de acesso remoto a especialistas por pacientes, o que nós chamamos hoje de telemedicina.  Já na década de 1980, alguns equipamentos na área de procedimentos gráficos e imagem forneciam acesso remoto por modem, para que técnicos pudessem corrigir problemas e efetuar adequações nos equipamentos. Não demorou muito para que arquivos pudessem ser transmitidos entre equipamentos, possibilitando o acesso à distância, sua visualização e seu processamento. O acesso remoto deu agilidade e propiciou a disponibilização de especialistas, nas mais diversas áreas, aprimorando laudos e permitindo melhorias na velocidade e qualidade dos procedimentos. O telediagnóstico expandiu enormemente a disponibilização de equipes especializadas em todas e quaisquer localidades, desde que ali existisse equipamento adequado, técnicos treinados e um responsável médico presente. A infraestrutura de hardware e software evoluíram gigantescamente nas últimas décadas, redes de internet de alta velocidade ampliaram as capacidades dos sistemas e a interação entre serviços. Outro exemplo, são as centrais de laudos, uma realidade muito bem estabelecida, que otimizou a prestação de serviços, principalmente em locais distantes de grandes centros e que iriam prescindir de especialistas em cada uma das diversas subespecialidades.

Quais exames podem ser laudados a distância?

A grande maioria dos exames de imagem e métodos gráficos podem ter seus relatórios realizados a distância, porém alguns procedimentos devem ser realizados por profissionais médicos, como, por exemplo, a ultrassonografia, onde a riqueza das informações só pode ser obtida na atividade do executor in loco, esses procedimentos não possuem um protocolo fixo feito pelo equipamento das imagens, pois a operação do equipamento é crucial para auxiliar no diagnóstico e a proficiência do profissional melhora a performance dos resultados. Os especialistas a distância não descartam a necessidade da presença de um responsável médico presente, dos técnicos e operadores, porém os exames realizados podem, pelo telediagnóstico, serem observados por diferentes especialistas em qualquer lugar do mundo, para diagnóstico, discussão de casos, opiniões e reanálises.

Quais são as orientações do CFM para conduzir telemedicina?

O CFM reconhece o telediagnóstico como procedimento regulamentar, devendo ser realizado por especialistas devidamente reconhecidos pelas respectivas sociedades médicas. Os sistemas de gerenciamento de imagens devem ser realizados por empresas especializadas, para proteger a qualidade, confiança e a proteção dos respectivos dados. Um outro dado importante é que o sistema precisa ser adequado para proteger a qualidade das imagens geradas e a sua devida consonância com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), esse fato é sensível devido ao tráfego destas informações pela rede de internet.

Artigo publicado na edição 152 da revista digital Notícias Médicas